Ano é marcado por indicadores positivos na economia de Santa Catarina |
Os pães do senhor Rathunde não foram mais assados no início dos anos 1980. O espaço foi arrendado pela família Souza, que tocou o negócio por mais alguns anos. Além da arte do panifício, aquele espaço no final da rua Padre Anchieta, no bairro Glória, reservava para os finais de semana a chance de reunir a garotada para animados jogos de futebol. É claro que ali era apenas o ponto de partida. Os jogos sempre eram em locais diferentes, onde a camisa da AAA (Associação Atlética Anchieta) estava reservando algumas novidades.
Donizete de Souza era o nome do mentor do time. E também da boca deste "meio" padeiro e com muita irreverência lançava o grito de guerra. Por sinal, um grito que mais parecia uma provocação. Conforme os três A's eram pronunciados, sempre de uma maneira como um disparo de metralhadora, pela rapidez, estava dando o prenúncio de uma provocação, mas era um "grito" com jeito musical misturado. Foi assim que, mesmo perdendo, num amistoso no interior de Guaramirim, onde todos já estavam na Kombi, saímos o mais rápido que o motorista conseguiu acelerar para escaparmos de alguns sopapos.
Manhã fria de domingo, lá estávamos todos no ponto de partida. Cada um que embarcava na Kombi ficava mais leve ao deixar na mão de Donizete a soma polpuda de 5 cruzeiros. Estava ali a taxa de contribuição para mover o veículo e ter a oportunidade de defender a AAA. Em campo, eram onze sem saber como se comportar. Talvez nem o goleiro tinha certeza que deveria ficar debaixo dos três paus, mas estavam todos imbuídos de muita valentia. Não apenas para jogar, mas também para esperar o final de jogo e o último brado.
Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de "Glória´s do Menino Jornalista", uma coletânea de textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos.
Biografia
Roberto Dias Borba: A minha trajetória na imprensa começou oficialmente em agosto de 1975, no extinto Jornal de Joinville. O maior período de atuação, mesmo distribuído em duas oportunidades, foi em A Notícia, por exatos 24 anos e oito meses. O rádio entrou no meu currículo em 1991, iniciando na Difusora AM 1480, e, depois, também na Globo (atual Clube) AM 1590. Em televisão, foram algumas intervenções nos campeonatos catarinenses de 1995 e 1996, pela RBSTV (atual NSC) e ainda no canal por assinatura TV da Cidade. O esporte faz parte de minha vida desde antes do nascimento e sigo nesta caminhada até os dias atuais.
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